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quinta-feira, 9 de março de 2017

Novo autódromo: Marcelo Crivella mantém a cidade do Rio como um grande em balcão de negócios

CARLOS MONTEIRO


“As pessoas às vezes pensam no pobre como lixo
para ser removido. Não somos lixo, somos pessoas
com direitos que precisam ser respeitados. Eu lutei
para demonstrar que temos voz e que existe uma
solução, só é preciso que o povo lute com dignidade”
(Maria da Penha, moradora da Vila Autódromo, ao El País)

Infográfico Extra Online (Reprodução da internet)
Estava eu lá, tranquilão, a preparar o jantar, com a televisão sintonizada em um noticiário qualquer. Não tinha como ver as imagens, somente o som chegava até mim. Mas escutei claramente: “prefeitura do Rio vai construir um novo autódromo”. Parei o que estava a fazer e me prostrei diante da telinha. Era mesmo verdade. Marcelo Crivella, em solenidade no Palácio da Cidade, convocou a iniciativa privada a apresentar projetos para o novo empreendimento, agora localizado em Deodoro. O próximo passo é a abertura de processo licitatório. Um escárnio!

Para a realização da Olimpíada do Rio, a gestão de Eduardo Paes detonou com o antigo autódromo, em Jacarepaguá, para construir equipamentos olímpicos que hoje caem ao pedaços, sem contar com a mínima atenção do poder municipal. E pior. Em seu entorno, foram promovidas desapropriações violentas na comunidade chamada Vila Autódromo. Das cerca de 600 famílias que lá moravam apenas 20 resistem até hoje no local.

Enquanto isso, o mesmo Crivella, que durante a campanha eleitoral prometeu cuidar das pessoas em vez de bancar obras de grande porte, anuncia que taxará os vencimentos dos aposentados e pensionistas municipais em 11%. Poderia até achar que é sacanagem. Mas pior que não. É a continuidade do projeto de transformar o Rio, cada vez mais, em enorme um balcão de negociatas. 

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